Mauro Veríssimo
“Um vereador, deputado ou senador é eleito para criar leis que melhorem a qualidade de vida da população, nunca para retirar direitos conquistados a duras penas. Infelizmente, é isso o que está pretendendo o deputado federal bolsonarista João Campos (Republicanos/Goías), que apresentou projeto alterando a idade dos considerados idosos, no Estatuto do Idoso, de 60 para 65 anos. Vamos pedir reação imediata de todas as instituições de defesa dos idosos e ao povo de Goiás para não reeleger este parlamentar”.
A afirmação é da presidente da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro, Yedda Gaspar, que, juntamente com o seu diretor previdenciário e da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda, Rômulo de Carvalho, encaminhou e-mails a todos os deputados federais e senadores reivindicando a não aprovação do projeto.
“Também estamos entrando em contato com todas as federações de aposentados do País e com a nossa Confederação para uma grande mobilização no Congresso Nacional. Se não estivéssemos em meio a uma pandemia, com toda certeza, estaríamos nas ruas contra este cruel projeto do deputado João Campos”, afirma Yedda Gaspar.
A presidente da FAAPERJ lembra que a idade de 60 anos é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os idosos nos países em desenvolvimento e 65 anos nos países desenvolvidos. “Pelo que me consta, o Brasil ainda não é um país de primeiro mundo”, falou a presidente da FAAPERJ.
Yedda disse, ainda, que a desculpa de que a cada ano aumenta a expectativa de vida, com qualidade, dos brasileiros é relativa, porque o IBGE registra pela média.
“Uma pessoa de 60 anos no interior do Norte ou Nordeste tem uma qualidade de vida muito pior do que uma que é criada e vive no Sul do País. Além disso, aos 60 anos, os que têm plano de saúde pagam mais caro, muitos já estão tomando medicamentos de uso contínuo e centenas de milhares de pensionistas já estão com uma renda familiar pela metade, por causa da famigerada reforma da previdência. Perder mais direitos, como a gratuidade na passagem de ônibus ou metade de uma entrada nas poucas horas de lazer é de uma maldade sem tamanho”, concluiu a presidente da FAAPERJ.